quinta-feira, 19 de julho de 2012

Em defesa do interesse público

Artigo publicado no Público de 19 de Julho 2012

Em defesa do interesse público

Quando um país precisa de vontade, empenho e excelência para se desenvolver, um Primeiro-ministro não pode promover e proteger ao mais alto nível pessoas que na sua vida demonstraram o contrário desses valores.

Ao fazê-lo, esse Primeiro-ministro incorre num dos comportamentos mais graves que um governante pode ter: coloca os seus interesses pessoais (as suas amizades por exemplo) acima do interesse público. É do mais elevado interesse público que a atitude e comportamentos que são necessários ao progresso do país, sejam também as atitudes e comportamentos demonstrados pelos nossos governantes.

E sabendo nós que a mais importante mudança que o nosso país tem de operar é uma mudança de valores na nossa sociedade (Ernâni Lopes explicou isso exemplarmente), a proteção dada a Miguel Relvas pelo atual Primeiro-ministro são um golpe muito duro na mudança de valores que Portugal precisa há tantos anos e um prémio aos valores medíocres que tanto atrasam a nossa sociedade. A nossa democracia sai também enfraquecida pois a credibilidade da classe política dirigente é posta em causa.

Infelizmente esta falha na defesa do interesse público e da democracia não é apenas do atual Primeiro-ministro, mas de muitas das lideranças políticas de Portugal, atuais e passadas, e de diferentes partidos.

É por esta razão, hoje mais do que nunca, que todos os cidadãos preocupados com o futuro do país devem entrar e intervir dentro dos partidos em que normalmente votam. Como militantes, têm o poder de usar a sua voz e voto para eleger políticos que defendam o interesse público e promovam os valores que interessam à nossa sociedade, afastando os que não o fazem. Não de 4 em 4 anos nas eleições, mas todos os dias se necessário, com a força de serem cidadãos militantes livres desses partidos.

Em Democracia, é responsabilidade dos cidadãos escolher e eleger políticos de qualidade,  e afastar os que não fazem, através do exercício de uma cidadania escrutinadora e exigente dentro dos partidos.

João Nogueira dos Santos
Carlos Macedo E Cunha

Fundadores do movimento “Cidadãos aos Partidos. Adere, vota e intervém dentro de um partido” e militantes do PS e PSD respetivamente


segunda-feira, 9 de julho de 2012

Recuperar a dimensão cidadã dos partidos

A chave do sucesso da nossa democracia e de Portugal está na capacidade de dotarmos os nossos principais partidos de uma imensa maioria de cidadãos-filiados (com vida e profissão cá fora) que intervenha, peça contas e vote nas eleições internas partidárias, passando a ser quem verdadeiramente escolhe os dirigentes, candidatos e lideranças partidárias (candidatos a primeiro ministro), de uma forma livre, democrática e transparente. 


Trata-se de recuperar a dimensão cidadã dos partidos que nos representam, há muito ausente.


Enquanto não o fizermos, os "Miguel Relvas" deste país é que vão mandar nos partidos, na política e no nosso futuro, apesar de não terem qualquer apoio ou reconhecimento entre a esmagadora maioria dos cidadãos, muito pelo contrário. 


Em suma, é responsabilidade exclusiva dos cidadãos recuperar os partidos para os cidadãos.