quarta-feira, 31 de julho de 2013

Papa Francisco "Temos de nos meter na política porque a política é uma das formas mais altas de caridade"

«Envolver-se na política é uma obrigação para um cristão. Nós, cristãos, não podemos fazer de Pilatos, lavar as mãos. Não podemos! Temos de nos meter na política porque a política é uma das formas mais altas de caridade. Porque procura o bem comum. Os cristãos leigos devem trabalhar na política. (...)

A política é demasiado suja. Mas eu pergunto-me: "é suja porquê?". É suja porque os cristãos não se meteram nela com espírito evangélico?... É uma pergunta que te deixo. É fácil dizer que a culpa é daquele... Mas eu, o que faço?... É um dever! Trabalhar para o bem comum é um dever de um cristão.»

Papa Francisco 7 de Junho 2013

Esperemos que em Portugal este mensagem seja difundida milhares de vezes pelos nossos padres e ilustres líderes da nossa igreja. É uma mensagem fundamental para o futuro da democracia e de todos os cidadãos.

Partilhem este video. A mensagem não podia ser mais clara


domingo, 7 de julho de 2013

O problema do regime e o papel dos cidadãos. Artigo de Paulo Trigo Pereira no Público


Obrigatório ler o artigo que hoje Paulo Trigo Pereira assina no Público, em que explica a natureza da crise desta semana, O PROBLEMA que está por detrás desta e das futuras crises que se seguirão brevemente se o problema não for resolvido, e qual o PAPEL DOS CIDADÃOS na resolução do problema. (de seguida o resumo-excerto do artigo

 "A crise política desta semana não foi mais que um epifenómeno da crise de regime que estamos a viver. Haverá outras crises com este governo remodelado e com outro que lhe suceda, com e sem eleições.  Sofrerão uma erosão
política e social semelhante se não conseguirem responder ao problema orçamental do regime. (...) este problema pode ser enunciado do seguinte modo:
Portugal não tem, nem terá próximamente, crescimento económico que sustente simultaneamente o Estado Social, tal como hoje ele existe, a regionalização e municipilização, no figurino actual, os juros da divida pública, os ecargos com as PPPs e um sector empresarial que se mantém deficitário.

As receitas, sobretudo fiscais, são insuficientes  para o conjunto das responsabilidades assumidas. A manutenção de défices elevados acrescentam ano após ano, a dimensão da nossa dívida pública (...), de modo que não só transferimos para o exterior cada vez uma maior parte da nossa riqueza criada, com o regresso aos mercados e financiar a nossa dívida se tornarão cada vez mais difíceis. (...)

Quanto mais adiarmos a solução do problema, mais provável se tornará a incapacidade de honrar os nossos compromissos e a inevitabilidade da saída do euro, resposta de último recurso para a crise actual (...)

Este é O PROBLEMA nacional, que não é de fácil resolução, e que exige UMA RESPOSTA adequada DE QUEM NOS GOVERNA  e DE QUEM SE APRESENTA COMO ALTERNATIVA (...)

A questão que se coloca é O QUE FAZER, para além de vituperar contra a fraca qualidade de alguns dos nossos políticos(...) de natureza mais estrutural:

Primeiro,  um maior "envolvimento cidadão" dos actuais militantes na transformação dos respectivos partidos e do funcionamento do sistema político.

A segunda é a criação de um novo partido político (...) novo na sua forma de funcionamento, na forma de escolha dos líderes e candidatos a lugares públicos, na sua capacidade de formulação de políticas tecnicamente sustentadas, na capacidade de perceber a política como um espaço de conflito, compromisso e cooperação, e não apenas conflito.

A terceira, é a criação de espaços de deliberação pública, reunindo pessoas de diferentes áreas que pensam de forma independente e tecnicamente sustentada, cuja produção seja acessível aos cidadãos em geral sobre as possíveis soluções para o país, fazendo a ponte entre o que se estuda e a acção política."
Paulo Trigo Pereira, Público 7 Julho 2013

Esperamos que possamos contar com Paulo Trigo Pereira e muito outros cidadãos capazes de transformar a política, não só no estudo e esclarecimento dos cidadãos, mas também, na acção política, num novo ou já existente partido político. Porque a transformação dos partidos e do sistema político, precisa destes novos protagonistas dentro do terreno político-partidário. É lá que o mais importante para o país se decide, como se viu esta semana.